sábado, 5 de fevereiro de 2011

Visão de Fevereiro I

Os telefones injetam carícias
e os nefelibatas matutos adoram seus próprios deuses enquanto despedem-se do ócio matinal adquirido.
As mulheres atraentes em vestidos florais degustam seus caros vinhos em copos de isopor.
Colunas se erguem nas catedrais de tédio pregadas ao tempo por burocratas felizes;
as semanas correm pelo quarto escuro.

Não há dilema nem predileção nas encruzilhadas, nem canção onde o domingo encruzilha.
As velhas tecem suas sentenças sob o caramanchão
Não há brisa no universo que as humilhe e as corrompa a carne
As agulhas especulam sobre o tecido morto do que não está por vir.
Os olhos brilham nos anteontens para metais escassos e lapidáveis.

Assassinos meritocratas encaram os transeuntes com desprezo, sendo nenhum deles digno de ser morto.
Os jornais vertem inocência e preguiça.
Não há sofrimento nas paredes dos supermercados.

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