segunda-feira, 4 de abril de 2011

02/02/11

Porque os dias já nasciam todos iguais há algum tempo, ela se deitou mais uma vez como sempre se deitava àquele horário naquele dia. Era uma tarde smooth jazz com pessoas smooth jazz, todas lá fora. Havia cansaço nos seus lábios proeminentes que não formavam palavra. Havia resolução na disposição dos móveis do quarto, mas aquilo era uma forma de maquiar seus sentimentos sempre fervilhantes. O impulso que a fez se jogar sobre os lençóis e acolchoados cuidadosamente escolhidos, não foi o que a fez decorar o quarto. Ela tinha percepção. Sabia que atuava e o quanto. Eram sete e dezesseis do horário de verão infernal. Das têmporas de todas as pessoas do universo parecia estar escorrendo suor e desânimo.

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