sexta-feira, 1 de abril de 2011

Crepúsculo em 17 de março

Desfaço as malas no presente absurdo e agonizante,
Pensamentos poluem inocentes papéis arranjados simetricamente.
O pânico comunitário ocupa na próxima esquina o lugar das mulheres impacientes em seus sapatos determinantes.
Na paisagem trêmula vê-se meninos arrogantes ostentando seus devices.
A tecnologia obscena exibe os seios para o futuro imberbe.
Num aquário, as juízas do invisível gozam perpétuas verdades.
Itinerários são traçados sobre o arcabouço autocontemplativo sem que este se ilumine.
Lobos aglomeram-se nos bares implorando por saúde e desfazem seu rosto suado num colérico sorriso.

Num período fronteiriço onde há paz social e intranquilidade,
onde a esquizofrenia urbana se une ao otimismo dos ébrios:
as pessoas de acetato subordinam-se ao cansaço e projetam seu mau-humor no ir e vir das suas contradições.

Nenhum comentário: