domingo, 12 de outubro de 2014

criptosenhores de uma terra mística chamada teu rabo

Ó, Montezuma, traz a ordem,
Não deixe que os impuros e pardos se igualem a nós.
Nós que habitamos os castellos brancos,
a quem os médicis tanto serviram.
Poupai-nos porque nada herdamos.
Nós, os meritocratas, que nascemos do nada
alejados da nossa história.
Quem dera ser Tiradentes,
marionete canalha.

Ó, Jânio Quadros, por que a morte?
O Brasil salvarias.
Apunhalamos o povo Jango.
Nós, a cruz, a espada.
Mas sempre nós.
Na cruz.
Na espada.
Vargas não nos venceu, embora, com razão, tenha tentado.
Eis-nos aqui; o palanque é nosso.
O concreto é nosso.
Tudo nosso.
Mas quem somos nós?
Nada nosso.

Os canalhas copulam entre si.
Regozijam-se na própria oficina.
Entregai. Entregai. Entregai.