Por percorrer as ruas, cemitérios
de sonhos e sentidos; por rogar novos subterfúgios, aspirações, inércias
sorridentes, jogos simpáticos de caráter e moralidade. Por fugir das armadilhas
da distração e da autocontemplação, do ruído agudo do progresso. Por desistir
da penúria de existir em sublime graça, em negação ao mundo, em labirintos de
insegurança, no fatal presente que me pausa, me fotografa em eterna juventude,
e no momento seguinte que me envelhece, me desanima, me esfrega o sal na cara e
me pausa, me fotografa. Por distribuir segredos a desconhecidos, rir com meus
inimigos, seduzir a apatia e conjurar os deuses mortos da felicidade. As noites
são entidades demoníacas finitas, são catástrofes infrutíferas diárias. Os
sábados são a masmorra da alma. Quero pousar meu crânio fumigado em um anúncio
de inseticida.
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