terça-feira, 9 de junho de 2015

Fumaça do mau humano

Por percorrer as ruas, cemitérios de sonhos e sentidos; por rogar novos subterfúgios, aspirações, inércias sorridentes, jogos simpáticos de caráter e moralidade. Por fugir das armadilhas da distração e da autocontemplação, do ruído agudo do progresso. Por desistir da penúria de existir em sublime graça, em negação ao mundo, em labirintos de insegurança, no fatal presente que me pausa, me fotografa em eterna juventude, e no momento seguinte que me envelhece, me desanima, me esfrega o sal na cara e me pausa, me fotografa. Por distribuir segredos a desconhecidos, rir com meus inimigos, seduzir a apatia e conjurar os deuses mortos da felicidade. As noites são entidades demoníacas finitas, são catástrofes infrutíferas diárias. Os sábados são a masmorra da alma. Quero pousar meu crânio fumigado em um anúncio de inseticida. 

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